Autora: Carina Anastácio.
A transformação digital tem criado ciclos económicos cada vez mais curtos. As atualizações são constantes e mais desafiantes para as organizações, que procuram acompanhar a evolução tecnológica garantindo que a digitalização se traduz num impacto positivo para a rentabilidade e o futuro da empresa.
Este contexto representa também um desafio tremendo para os recursos humanos, que devem procurar o talento com as aptidões “certas” e mais valorizadas numa era de mudança constante. Entre as aptidões mais procuradas para o horizonte 2020, e tão próximo que está o amanhã, estão a criatividade, a inteligência emocional e a flexibilidade de aprendizagem. Um conjunto de características que reforçam o potencial humano e permitem às pessoas “aumentar” os robots.
São vários os estudos que sugerem a inteligência emocional como fator critico para a performance individual e das equipas. De acordo com a revista Forbes, pessoas com um elevado EQ produzem anualmente mais 29.000$ do que pessoas com baixo EQ. Assim, esta aptidão identificada como valiosa nos lideres de referencia, é uma poderosa ferramenta de gestão com foco no alcance dos melhores resultados.
Por outro lado, e segundo o World Economic Forum, em 2020, em média mais de 1/3 das competências chave para a maioria dos postos serão competências que hoje não são consideradas fundamentais. Por isso a empregabilidade dos indivíduos já não depende só daquilo que conhecem hoje, mas sim da sua capacidade de aprendizagem. A learnability, que traduz a vontade e a capacidade de aprender novas competências para manter a empregabilidade a longo prazo torna-se também numa aptidão chave.
Do lado das organizações, vemos que a transformação digital é um caminho sem volta. Ter a compreensão de como ela pode ser usada para gerar valor é fundamental, e parte do êxito assenta numa liderança que domine os recursos tecnológicos desse processo. Mas só a tecnologia não basta. Para serem bem-sucedidas na transformação digital, as organizações devem criar uma cultura que favorece a mudança por forma a acelerar e sustentar a transformação em todas as vertentes do negócio. A sua liderança deve por isso dispor das aptidões necessárias para impulsionar a mudança cultural associada.
Só a flexibilidade com foco na inovação, permitirá a experimentação de novas ideias, criando uma cultura de mudança constante e tornando as organizações mais ágeis e competitivas.
As organizações que consigam alcançar a melhor combinação de pessoas, competências e tecnologias serão aquelas que terão êxito neste contexto de mudança profunda.
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