O Coração da Sustentabilidade: Colocar as Pessoas no Centro da Revolução Verde

Quando falamos de empregos verdes, é comum imaginarmos turbinas eólicas imponentes, parques solares ou veículos elétricos futuristas. Estes são frequentemente os símbolos mais visíveis da sustentabilidade empresarial. 

No entanto, o nosso mais recente white paper do ManpowerGroup Global Insights, “Uma Transição verde Centrada nas Pessoas", revela que a próxima vaga de mais de 30 milhões de novos empregos verdes, projetados a nível global para a próxima década, será muito mais diversificada do que estas imagens estereotipadas sugerem.

Embora as energias renováveis e os veículos elétricos sejam, sem dúvida, peças centrais deste cenário, muitas das funções atuais irão adaptar-se para incorporar práticas sustentáveis, ao mesmo tempo que surgirão novas carreiras que hoje ainda são incipientes ou inexistentes. Um exemplo disso seria um carpinteiro que utiliza exclusivamente materiais ecológicos, ou um engenheiro especializado em criar embalagens biodegradáveis que se desintegram sem deixar resíduos.

De facto, à medida que a sustentabilidade transforma empresas de todas as dimensões, o verdadeiro motor desta mudança não será a tecnologia, mas sim as pessoas. Com formação contínua e requalificação, os trabalhadores estarão na linha da frente da inovação verde, tornando-se a espinha dorsal deste movimento. O elemento humano continuará a ser o principal agente do progresso.

O Papel Central das Pessoas na Transformação Verde
À medida que o mundo abraça a transição para a sustentabilidade, não são apenas os engenheiros ou técnicos que desempenharão um papel fundamental. Indústrias inteiras estão a adaptar-se, criando uma procura crescente por talento com competências verdes. No entanto, apesar da procura, apenas 1 em cada 8 trabalhadores (15%) possui atualmente mais do que uma competência verde. Esta escassez exponencial deixa as empresas a competir urgentemente pelos poucos candidatos qualificados que existem. Ao mesmo tempo, os empregadores citaram a procura de candidatos qualificados (44%), a criação de programas de requalificação eficazes (39%) e a identificação de competências transferíveis (36%) como os principais obstáculos à execução da transição verde.

Embora muitos trabalhadores estejam otimistas em relação a um futuro mais sustentável, existe uma clara divisão entre os trabalhadores de colarinho branco e de colarinho azul. O nosso estudo revela que 70% dos trabalhadores de colarinho branco estão prontos para abraçar esta transição, em comparação com 57% dos seus colegas de colarinho azul. Este dado reflete a importância de abordar os receios e as preocupações daqueles que se sentem mais vulneráveis às mudanças no mercado de trabalho.

Envolver as Pessoas na Jornada da Sustentabilidade
As empresas líderes reconhecem que o recrutamento, por si só, não será suficiente para enfrentar os desafios num mercado de talento cada vez mais restrito. Para além disso, estão a investir de forma estratégica em programas personalizados de pré-qualificação, requalificação e upskilling. Estas iniciativas não só mostram aos colaboradores como as suas funções irão evoluir, mas também clarificam as novas responsabilidades verdes que terão de assumir, abrindo portas para oportunidades interessantes de desenvolvimento de carreira e simultaneamente reforçando competências internas.

Desde técnicos de automóveis, que precisam de adquirir novas capacidades de diagnóstico para lidar com problemas em veículos elétricos, até engenheiros elétricos que necessitam de uma requalificação rápida em práticas de segurança e no design de sistemas de armazenamento de baterias – o desenvolvimento contínuo de competências é imperativo. Para os operadores de fábricas, a formação cruzada sobre as melhores práticas de fabrico de células de baterias, ao longo de todo o ciclo de produção, torna-se crucial à medida que a produção global aumenta exponencialmente para responder à crescente procura.

Se esta transformação não for bem gerida, negligenciando o investimento na força de trabalho atual, o risco de elevada rotatividade e de incapacidade em adotar novas tecnologias verdes de forma célere será significativo. Isto poderá resultar em dificuldades em acompanhar as pressões dos clientes e das regulamentações ambientais. Pelo contrário, as empresas que adotarem uma postura transparente e apostarem no upskilling do seu capital humano, de forma inclusiva,  vão posicionar-se para otimizar a retenção de talento, aumentar a produtividade, promover a inovação e ganhar quota de mercado.

O Papel Vital da Perceção e das Mensagens
Em tempos de mudança, a comunicação autêntica e transparente é mais importante do que nunca. 60% dos candidatos consideram os compromissos de sustentabilidade de uma empresa como um fator determinante na escolha de um emprego. Esta tendência é particularmente forte entre a Geração Z e os Millennials, dos quais 66% e 64%, respetivamente, acreditam que os esforços de sustentabilidade melhorarão as suas perspetivas de carreira.

No entanto, existe frequentemente uma discrepância entre as ambições verdes das empresas e a perceção dos seus colaboradores. Este desfasamento sublinha a importância de uma comunicação clara e honesta sobre os progressos e os desafios na implementação de práticas sustentáveis.

Juntos para um Futuro Verde
A construção de um futuro sustentável não pode ser da responsabilidade exclusiva das empresas. Governos, investidores, consumidores e instituições académicas têm todos um papel fundamental a desempenhar para garantir uma transição equitativa e justa. Políticas laborais inteligentes e acessíveis, focadas na requalificação e no desenvolvimento de competências transferíveis, serão cruciais para apoiar os trabalhadores em funções que estão a ser transformadas.

Por fim, o sucesso da transição verde dependerá da capacidade das empresas de colocar as pessoas em primeiro lugar, proporcionando-lhes as ferramentas e os conhecimentos necessários para prosperar neste novo paradigma. O futuro das empresas – e do nosso planeta – está nas mãos daqueles que conduzem esta mudança.

Descarregue agora o estudo  “Uma Transição verde Centrada nas Pessoas" e saiba mais sobre como colocar as pessoas no centro da transformação empresarial sustentável.

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