Como as Competências, a Formação e a Cultura estão a Reinventar o Trabalho
Nos últimos seis meses, o mundo viu a maior e mais significativa mudança da força de trabalho em várias gerações, com setores inteiros a serem paralisados da noite para o dia e, ao mesmo tempo, novos setores e funções a surgir e crescer. A Revolução das Competências está a suceder em tempo real, com uma divisão cada vez maior entre aqueles que detêm as competências mais procuradas e aqueles que ainda não as adquiriram.
O recente webinar, Skills for Now & Next: The Impact of Covid-19 on In-Demand Skills, parte da série de webinars Human Age, contou com Kristi Hummel (SVP, Talent & Culture, Dell Technologies), Ben Pring (cofundador e líder do Cognizant Center for the Future of Work) e Becky Frankiewicz (presidente do ManpowerGroup América do Norte) para discutir como a pandemia transformou as competências mais procuradas, a crescente importância da resiliência, empatia e bem-estar no local de trabalho e como reinventar o trabalho com foco nas competência, na formação e no equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Partilhamos alguns dos insights únicos e inspiradores da conversa.
O futuro é o presente
Temos que reconhecer o momento e perceber que este não é um fenómeno temporário. Devemos orientar-nos para a era tecnológica, reconhecendo as competências necessárias para prosperar na nova economia e procurar adquiri-las. Felizmente, é mais fácil do que nunca aceder ao conhecimento e aos contextos de aprendizagem para nos mantermos competitivos.
O trio ganhador do teletrabalho
A Dell já dispunha de uma vasta força de trabalho em trabalho remoto antes da crise. Nesse sentido possui já bastantes insights sobre o que torna o teletrabalho bem-sucedido. Para que funcione, são necessárias três coisas: 1) uma cultura que o permita; 2) um manager que acredite no teletrabalho; e 3) as ferramentas de desempenho para o medir. Este é o trio ganhador. Não se trata apenas de competências; trata-se também de produtividade e de fazer com que estas 3 componentes funcionem em harmonia.
Todas as empresas são agora empresas tecnológicas
As empresas inovadoras irão utilizar este momento para reinventar o futuro, porque não têm outra escolha! Neste momento, estamos perante um enorme desafio existencial. Cada empresa acabará por ser uma empresa tecnológica. Por muito grande que fosse o impacto da tecnologia na era pré-COVID, acabámos de descobrir que a tecnologia vai ser ainda mais importante após a pandemia de COVID-19. Como sociedade, e individualmente, temos de reconhecer que ter as competências tecnológicas certas, bem como as soft skills adequadas, é imperativo para nos podermos adaptar.
A formação é agora uma responsabilidade conjunta
Há agora mais oportunidades e comunidades de formação do que nunca. Empresas como a Dell, por exemplo, têm o seu próprio mercado interno de competências. Quando os trabalhadores formulam os seus objetivos pessoais, há uma abundância de recursos disponíveis para os levar aonde eles querem ir. No entanto, o desenvolvimento de carreiras e de competências, tem de ser da responsabilidade conjunta do empregador e do colaborador, Com o colaborador a estar preparado para tomar o controlo da sua própria carreira e desenvolvimento de competências, e o empregador disposto a apoiá-lo na sua jornada de aprendizagem.
Trabalho “a olhar em frente” vs “a olhar para baixo”
Ainda vamos precisar do escritório. Mas não precisamos dele para o trabalho “a olhar para baixo”. Precisamos dele para o trabalho de cabeça erguida. Se estiver a escrever, codificar, conceber, ou a fazer um relatório, todos trabalhos que se fazem de forma individual, então pode fazê-lo a partir de qualquer lugar. Para todos os casos em que é preciso uma experiência criativa e colaborativa, será sempre melhor fazer frente a frente. Isto permite-nos re-imaginar o escritório como um local de colaboração em vez de um lugar onde se vai trabalhar sozinho às 9:00 da manhã de segunda-feira.
O trabalho não é um tempo ou um lugar. É um resultado.
Onde, quando e como as pessoas trabalham é algo que pode assumir formas infinitas. Se as pessoas se sentirem mais empenhadas e conectadas aos seus empregadores, a produtividade irá acompanhar. Concentre-se na construção de uma experiência na qual os colaboradores têm um elevado grau de confiança no seu empregador. Reconhecendo que a cultura não é um edifício físico. A cultura está nas pessoas.
Os RH estão no centro de toda a transformação
Os RH deverão estar na linha da frente e no centro de toda a transformação. Os RH costumavam ter o seu próprio arquipélago num mar de silos. Agora, devem atuar no meio dos grupos digitais e da operação comercial. Precisam de estar profundamente integrados na tecnologia para melhor compreender o que motiva esta tribo. A função de RH depende da visibilidade e da compreensão do que motiva as pessoas. Os RH estão claramente no contro do futuro do trabalho.
Todos os quadrados têm o mesmo tamanho
A pandemia tem sido um grande equalizador. O efeito democratizador de estarmos todos a trabalhar à distância significa que estamos todos no mesmo "lugar" nas reuniões. O quadrado do Zoom do CEO não é maior do que o de qualquer outra pessoa. Isto pode fomentar um sentido de pertença e um crescente sentido de ligação.
Não se trata de ter todas as respostas
A base da aprendizagem é a curiosidade. Mesmo os líderes mais bem-sucedidos estão constantemente a aprender. O CEO é também o Chief Learning Officer. Quando reconhecemos que a liderança não tem todas as respostas, mas sim todas as perguntas, encontramos novas formas de pensar e reprogramamo-nos para sermos mais inovadores.
O webinar The Skills for Now & Next: The Impact of Covid-19 on In-Demand Skills pode ser visualizado aqui.