“Não obstante, este menor dinamismo no mercado de trabalho não implica, de momento, uma intenção alargada de dispensa dos colaboradores. O que observamos é que, face à atual escassez de talento e à dificuldade em atrair profissionais com as competências que procuram, os empregadores estão a privilegiar a manutenção das suas equipas, estando dispostos a fazer esse investimento para estarem dotados do talento necessário quando a economia retomar”, completa.
Energia e Utilities, Tecnologias da Informação, Finanças e Imobiliário, e Serviços de Comunicação são os setores com as previsões de contratação mais otimistas, mas apenas dois melhoram face ao trimestre anterior
Apesar da atual conjuntura, os empregadores de oito dos nove setores analisados esperam aumentar as suas equipas neste início de ano. Não obstante, registam-se claros sinais de abrandamento nas intenções de contratação, com sete setores a reduzirem as suas projeções face ao trimestre passado e ao período homólogo de 2022.
Em tendência contrária, o setor de Bens de Consumo e Serviços, que inclui as atividades de Retalho, Distribuição, Hotelaria, Indústria de bens de consumo, entre outras, é o único com uma Projeção para a Criação Líquida de Emprego negativa, de -8%, acusando, assim, o impacto do esperado abrandamento no consumo privado. Desta forma a Projeção diminui de forma acentuada, em 36 e 48 pontos percentuais, em relação ao trimestre passado e ao mesmo período do anterior ano, respetivamente.
Grande Porto e Região Centro mantêm-se com Projeções fortes
É, novamente, o Grande Porto que apresenta a Projeção para a Criação Líquida de Emprego mais sólida, com um valor de +23%, seguindo-se a Região Centro, com uma Projeção de +22%, que é a única que apresenta uma evolução positiva face ao trimestre anterior, crescendo três pontos percentuais.
As intenções de contratação a nível global diminuem, mas continuam positivas
Tal como em Portugal, a Projeção para a Criação Líquida de Emprego a nível global sofre um decréscimo, com o valor a situar-se agora nos +23%, menos 6 pontos percentuais do que o registado no trimestre passado e menos 14 pontos percentuais face aos mesmos meses de 2022.
Na Região EMEA, onde se situa Portugal, a Áustria e a Turquia mostram as intenções mais elevadas, ambas com +29%. Portugal ocupa assim o décimo sexto lugar da tabela, com seis pontos percentuais a menos da média da Região. No que respeita à média Global, o país posiciona-se onze pontos percentuais abaixo.