As empresas portuguesas revelam intenções de contratação otimistas para o terceiro trimestre de 2018. Com 18% a prever um aumento, 3% a antecipar uma redução e 77% a considerar que não haverá alterações nos níveis de contratação. A projeção para a criação líquida de emprego situa-se nos 15%, e corresponde ao valor mais alto desde que o estudo foi lançado em Portugal, no terceiro trimestre de 2016.
Perspetiva-se que no terceiro trimestre de 2018 a contratação aumente nos nove setores de atividade considerados no estudo. O setor com maior projeção para a criação líquida de emprego é o setor de Restauração e Hotelaria, com 22%. Destaque também para a projeção positiva de 20% para os setores de Agricultura, Florestas e Pescas e de Eletricidade, Gás e Água. No setor de Finanças, Seguros, Imobiliário e Serviços a projeção é de 15% e nos setores de Construção, de Transportes, Logística e Comunicações e de Comércio Grossista e Retalhista é de 14%. A projeção mais baixa por setor é de 10% e pertence ao setor da Indústria.
Face ao trimestre anterior, as previsões recuam em cinco dos nove setores, o recuo mais significativo é de 7 pontos percentuais no setor de Restauração e Hotelaria. No entanto, projetam-se melhorias para quatro setores, incluindo Eletricidade, Gás e Água, que sobe 14 pontos percentuais e Comércio Grossista e Retalhista que melhora 9 pontos percentuais.
“Os resultados do ManpowerGroup Employment Outlook Survey para o terceiro trimestre de 2018 refletem a tendência crescente da economia nacional, projetando nas intenções de contratação em Portugal a continuidade de um clima positivo para os próximos três meses. É inegável que a transformação e os avanços tecnológicos têm vindo a possibilitar no seio das empresas novos modelos de negócio que por sua vez têm estimulado a economia e o crescimento de emprego. Esta previsão de crescimento tem que ser analisada a dois níveis: pelas empresas que querem desenvolver uma força de trabalho que requer novas competências e pelas pessoas que ambicionam progredir nas suas carreiras profissionais.” refere Raúl Grijalba, ManpowerGroup Mediterranean Regional Managing Director.
“Esta nova realidade obriga a uma adaptação constante das competências – necessárias e disponíveis, e diminui a capacidade das empresas para encontrarem o Talento certo para determinadas posições. Assistimos a uma Revolução das Competências, e as marcas têm um papel fundamental em garantir que, por um lado, conseguem atrair o Talento que necessitam e por outro que as pessoas dispõem das ferramentas necessárias para aperfeiçoarem as suas capacidades e para dotá-las de novas competências, técnicas ou comportamentais, com as quais vão conseguir adaptar-se a um mundo de trabalho cada vez mais competitivo e mais digital” acrescenta Raúl Grijalba.
As empresas nas três regiões (Norte, Centro e Sul) antecipam um aumento da contratação durante os próximos três meses. As melhores perspetivas são as dos empregadores do Centro, que projetam uma criação líquida de emprego de 17%, também no Sul como no Norte são antecipados aumentos sólidos, de 13% e 11% respetivamente.
Comparativamente com o trimestre anterior, regista-se uma subida no Centro, de 4 pontos percentuais, enquanto o Sul declina 7 pontos percentuais e o Norte mantém as previsões.
Prevê-se o aumento da contratação nas quatro dimensões referidas durante o terceiro trimestre de 2018. A projeção para a criação líquida de emprego aponta para um crescimento maior, de 34%, nas Grandes empresas. As Médias e Pequenas empresas indicam uma projeção de contratação de 15% e 17% respetivamente, enquanto a projeção de criação de emprego para as Microempresas é de 4%.
“Os indicadores para a criação de emprego, relativos ao terceiro trimestre do ano e, particularmente, ao setor da Restauração e Hotelaria, permitem-nos manter as boas perspetivas para os candidatos ativos na procura de emprego. Esta tendência positiva de contratação é reforçada pelas intenções manifestadas, especialmente pelas Grandes empresas e pelas empresas na região Centro” refere Grijalba.
“A continuidade destes resultados desde o início do ano permite-nos compreender o desenvolvimento efetuado pelo tecido empresarial português mas também assinala as dificuldades sentidas na atração de Talento. Este desenvolvimento sente-se no quotidiano operacional mas necessita de ser comunicado e de acompanhar a cultura de cada empresa, uma vez que a qualidade dos projetos assume um papel cada vez mais importante para a decisão de mudança profissional.
Perante esta realidade, as empresas estarão cada vez mais atentas em desenvolver as competências dos seus colaboradores, permitindo que se requalifiquem através programas de formação específicos para que possam explorar percursos profissionais mais diversos e, simultaneamente, atrativos” conclui Raúl Grijalba.
O ManpowerGroup Employment Outlook Survey para o terceiro trimestre de 2018 foi realizado com base num inquérito a uma amostra representativa de 625 empresas em Portugal. A todas estas empresas foi colocada a mesma pergunta: “Quais as alterações que prevê para o emprego na sua região, nos três meses que terminam em setembro de 2018, em comparação com o trimestre atual?”
43 Países antecipam intenções de contratação positivas
As perspetivas para o terceiro trimestre do ano indicam que, apesar de alguma incerteza geopolítica, a confiança das empresas mantém-se resiliente a nível global. Antecipa-se que a contratação prossiga em terreno positivo em todos os países à exceção de Itália, que reporta previsões negativas pelo segundo trimestre consecutivo. Uma clara maioria dos inquiridos indica que pretende aumentar ou manter o número de pessoas nas suas empresas, apenas uma pequena fração indica que planeia reduzir.
Os principais exemplos de otimismo incluem a Finlândia, que indica as perspetivas mais altas desde que o país foi incluído no estudo, há seis anos, e a China com os resultados mais altos dos últimos três anos. No sentido inverso, as previsões de Panamá, a mais baixa desde 2010, e de Nova Zelândia, previsão menos otimista desde 2009.
Em comparação com o trimestre anterior, as intenções de contratação melhoram em 19 países, decrescem em 18 países e mantêm-se inalteradas em oito países. Quando comparadas com o período homólogo do ano anterior, as intenções de contratação melhoram em 24 países, decrescem apenas em 12 e mantêm-se inalteradas em sete. A nível global, as previsões mais altas para o terceiro trimestre de 2018 são reportadas no Japão, na Croácia, em Taiwan, na Hungria e nos Estados Unidos da América, e as mais baixas em Itália, Panamá e Espanha.
Na região EMEA, a projeção para a criação líquida de emprego é favorável em 25 dos 26 países inquiridos. A previsão de contratação aumenta, comparativamente com o trimestre anterior, em 12 países, decresce em 10 e mantém-se inalterada em quatro. Relativamente ao trimestre homólogo do ano anterior, as previsões melhoram em 13 países, decrescem em 6 e mantêm-se inalteradas em seis. Os empregadores croatas apontam para as previsões mais favoráveis, desta região e, a par do Japão, a nível mundial. As previsões menos positivas chegam de Itália, onde as intenções de contratação representam a única previsão negativa mundialmente.
Os dados de cada um dos 44 países incluídos no inquérito relativo ao terceiro trimestre de 2018, bem como as comparações regionais e globais, podem ser consultados na íntegra em: www.manpowergroup.com/meos.
O próximo ManpowerGroup Employment Outlook Survey será divulgado a 11 de setembro de 2018 e revelará as perspetivas do mercado de trabalho para o último trimestre do ano.
* A projeção para a criação líquida de emprego resulta da diferença entre a percentagem de empregadores que planeia aumentar a sua força de trabalho e a percentagem de empregadores que planeia reduzi-la.
Salvo indicação em contrário, a projeção para a criação líquida de emprego de países e territórios com, pelo menos, 17 trimestres de dados acumulados, é apresentada com os dados ajustados sazonalmente. Os ajustes sazonais aplicam-se aos dados de todos os países participantes, exceto a Portugal e Croácia, no qual os dados serão ajustados sazonalmente assim que o histórico o permita. O método de ajuste sazonal de dados TRAMO-SEATS é adotado pela ManpowerGroup desde o segundo trimestre de 2008. Portugal não está entre os países cujos dados são comparados com o trimestre homólogo do ano anterior, uma vez que passou a integrar o ManpowerGroup Employment Outlook Survey no terceiro trimestre de 2016.