Os empregadores nacionais avançam com perspetivas muito positivas de criação de emprego para o período entre julho e setembro do presente ano, com 41% a esperarem aumentar as suas equipas, apenas 10% a planearem diminuir a sua força de trabalho e 46% a pretenderem manter o número de trabalhadores que têm atualmente. Os dados do ManpowerGroup Employment Outlook Survey traduzem assim uma Projeção para a Criação Líquida de Emprego de +37%, já ajustada sazonalmente para o terceiro trimestre de 2022. Este valor representa um crescimento considerável de 9 pontos percentuais, face ao segundo trimestre do ano, e uma evolução positiva ainda mais acentuada, se comparada com o período homólogo de 2021, ao registar-se uma subida de 23 pontos percentuais.
“Apesar do conflito na Ucrânia, e do consequente acentuar dos desequilíbrios nas cadeias de abastecimento, nos mercados e preços das matérias-primas e combustíveis, a economia portuguesa mantém o crescimento pós-pandemia, tendo o próprio FMI revisto em alta as previsões do PIB Português para 5,8%. Uma estimativa explicada pelo aumento nas atividades de turismo e de serviços, mas também pela procura interna, promovida, entre outros fatores, pelos previsíveis investimentos no PRR. Alia-se ainda o dinamismo de setores em grande crescimento, como o tecnológico, impulsionado pela digitalização. Acentuam-se assim as necessidades de talento, o que explica o reforço nas intenções de contratação dos empregadores portugueses.”. afirma Rui Teixeira, Country Manager do ManpowerGroup Portugal.
Este sentimento otimista, não está isento de riscos. Teremos por isso de continuar a acompanhar a evolução do conflito e também da gestão da pandemia, para perceber os reais impactos a longo prazo na economia e no mercado de trabalho português.” acrescenta.
Setores das Tecnologias de Informação, Telecomunicações, Comunicação e Media; Banca, Finanças, Seguros e Imobiliário e Restauração e Hotelaria são os que avançam com projeções de contratação mais otimistas
Acompanhando a digitalização do mercado e posicionando-se como um dos setores com níveis de escassez de talento mais elevados, a área das Tecnologias de Informação, Telecomunicações, Comunicação e Media é a que apresenta, segundo o estudo, as previsões de contratação mais positivas, com uma Projeção de +46%, o que revela um crescimento moderado de 6 pontos percentuais face ao trimestre anterior.
Também o setor da Banca, Finanças, Seguros e Imobiliário avança com uma Projeção muito otimista de +43%, com uma subida considerável de 18 pontos percentuais face ao trimestre anterior. O setor da Restauração e Hotelaria segue a mesma tendência, no entanto, apresentando uma Projeção de +40%, demonstra um ligeiro abrandamento nas contratações, de 2 pontos percentuais, face ao trimestre anterior.
Por outro lado, o setor da Produção Primária, que reúne as atividades agrícola, mineira ou de recolha de resíduos, o setor da Educação, Saúde, Trabalho Social e Governamental, bem como o setor da Construção, embora otimistas, são os que avançam com ritmos de contratação mais lentos, com uma Projeção para a Criação Líquida de Emprego de +10%, +21% e +22%, respetivamente. O setor Industrial e o Comércio Grossista e Retalhistas apresentam perspetivas mais otimistas, ambos com uma Projeção para a Criação Líquida de Empresa de 28%.
Desta forma, na generalidade, independentemente do setor analisado, os empregadores portugueses esperam reforçar as suas equipas durante os próximos três meses, tendência que evolui positivamente em todos os setores se comparada com o período homólogo de 2021.
Região Sul e Grande Lisboa com as maiores previsões de contratação
As cinco regiões de Portugal analisadas no estudo avançam com previsões de contratação positivas para o período de julho a setembro de 2022, apesar de duas não evoluírem positivamente face ao trimestre anterior.
É a Região Sul a que indica a Projeção para a Criação Líquida de Emprego mais animadora, com um valor +36%, 10 pontos percentuais acima das projeções do trimestre anterior e 27 pontos percentuais superior ao mesmo período do ano passado.
Seguidamente, a Grande Lisboa regista uma Projeção de +35% e o Grande Porto com uma Projeção próspera de +32% para o próximo trimestre.
São as empresas de maior dimensão as que mais pretendem contratar
As empresas de todas as dimensões preveem aumentar as suas equipas no próximo trimestre. No entanto, são as Médias e Grandes Empresas as que anunciam um ritmo de contratação mais próspero, com uma Projeção para a Criação Líquida de Emprego de +33%, o que traduz ainda uma subida de 7 e 2 pontos percentuais face ao trimestre passado, respetivamente.
Perspetivas globais otimistas
Globalmente, observam-se perspetivas de contratação otimistas, com 39 do total de 40 países e territórios analisados no estudo a anunciarem planos de contratação positivos para os meses de julho a setembro, embora 12 deles demonstrem uma diminuição ou estagnação face ao segundo trimestre do ano.
Na Europa, o país com a Projeção mais otimista é a Irlanda, de +42%, logo seguido de Portugal. No polo oposto, depois da Grécia, encontra-se a Polónia, que apresenta uma Projeção de +11.
O estudo trimestral do ManpowerGroup entrevistou mais de 40.000 empregadores em 40 países e territórios. Os resultados completos do ManpowerGroup Employment Outlook Survey para o terceiro trimestre de 2022 podem ser consultados em www.manpowergroup.com/meos.