ManpowerGroup Employment Outlook Survey 4T24

Intenções de contratação das empresas nacionais são positivas, mas crescimento abranda  

Conclusões do ManpowerGroup Employment Outlook Survey: 4º trimestre de 2024

  • Projeção para a Criação Líquida de Emprego  mantém-se forte, com um valor de +19%  
  • Transportes, Logística e Automóvel e Finanças e Imobiliário são os setores que mais preveem contratar
  • Empresas com maior intenção de contratação estão na Grande Lisboa  

As intenções de contratação das empresas portuguesas mantêm-se positivas, para o último trimestre deste ano, segundo dados do ManpowerGroup Employment Outlook Survey, que revelam uma Projeção para a Criação Líquida de Emprego de +19%.

Este resultado traduz, assim, um crescimento continuado, mas menos acentuado, do mercado de trabalho em Portugal, com a Projeção a subir um ponto percentual relativamente ao trimestre passado. Não obstante, revela igualmente uma acentuada descida de 16 pontos percentuais, face ao período homólogo de 2023, quando o sentimento dos empregadores atingia o segundo valor mais elevado do pós-pandemia e intenções de contratação vigorosas apesar dos sinais de abrandamento no crescimento económico que já se faziam sentir.

Estes valores posicionam Portugal abaixo da média global no que respeita às Projeções de contratação, sendo o 4º país com o maior abrandamento relativamente ao mesmo período do ano passado.

Evolução MeosQ4

 

"Ao cenário de instabilidade política nacional, resultante do atual contexto parlamentar e reforçado neste momento pela necessidade de aprovação do orçamento de estado, juntamos o impacto de fatores de disrupção globais, como sejam as eleições nos Estados Unidos ou os conflitos em curso na Ucrânia e no Médio Oriente, bem como o abrandamento do crescimento económico em países motores da economia europeia, como a França e a Alemanha, e o resultado é, naturalmente, um sentimento de contratação um pouco mais conservador, por parte das empresas portuguesas. Ainda assim, os empregadores sabem que o talento é hoje um ativo fundamental para alcançarem importantes desafios de crescimento, transformação digital e transição verde, pelo que continuam focados em assegurar o acesso às competências necessárias para alcançar esses objetivos” afirma Rui Teixeira, Country Manager do ManpowerGroup Portugal.

 

Transportes, Logística e Automóvel, Finanças e Imobiliário e Energia e Utilities são os setores que mais preveem contratar nos próximos três meses

Os empregadores de oito dos nove setores analisados em Portugal esperam aumentar as suas equipas no quarto trimestre do ano. No entanto, todos os setores revelam uma quebra na Projeção para a Criação Líquida de Emprego, face ao período homólogo de 2023, e apenas dois setores revelam crescimento nas intenções de contratação relativamente ao trimestre passado.

Com as intenções de contratação mais fortes, o setor dos Transportes, Logística e Automóvel apresenta uma Projeção de +28. Esta representa uma subida de 3 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior, mas uma descida de 21 pontos percentuais face ao período homólogo do ano passado.

A registar as reduções mais acentuadas nas intenções de contratação, encontram-se os setores de Tecnologias de Informação e de Serviços de Comunicação, traduzindo assim o abrandamento na procura de perfis tecnológicos e digitais que se observou anteriormente a nível global e que se reflete também no nosso país. O primeiro, com uma Projeção de +12%, diminui em 5 pontos percentuais entre trimestres e em 35 pontos percentuais na comparativa anual. Já a Projeção das empresas de Comunicação e Media, que se fixa em 0%, revela uma redução de 16 e 38 pontos percentuais face ao declarado no trimestre passado e no período homólogo de 2023, respetivamente.

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Grande Lisboa com a Projeção mais otimista e Região Centro com o maior crescimento

De norte a sul de Portugal, os empregadores de todas as regiões avançam com previsões de contratação sólidas para o próximo trimestre. Não obstante, só duas regiões melhoram as suas Projeções relativamente aos três meses anteriores.

Com a Projeção para a Criação Líquida de Emprego mais otimista, a Grande Lisboa fixa-se nos +24%, o que reflete um crescimento de 7 pontos percentuais face ao período de agosto a setembro. Segue-se a Região Centro, com uma previsão de +17% e um aumento de 10 pontos percentuais face ao trimestre anterior.

É a norte do país que se observa o maior abrandamento no sentimento de contratação, com reduções de 8 e 6 pontos percentuais entre trimestres e de 25 e 20 pontos percentuais ano-a-ano, para o Grande Porto e para a Região Norte, respetivamente.

 

Médias Empresas são as que mais querem contratar

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Em quatro das seis categorias de dimensão de empresa, os empregadores avançam com previsões de contratação positivas para o último trimestre de 2024.

São as Médias Empresas as que apresentam a previsão mais próspera, fixando-se nos +37%. Esta é a categoria de empresa que regista o maior crescimento entre trimestres e a única que revela um aumento das intenções face ao mesmo período do ano anterior.

A contraciclo, encontram-se as Grandes Empresas entre 1000 e 5000 trabalhadores e de mais de 5000 trabalhadores, com Projeções negativas, revelando assim uma previsível redução do emprego nestes segmentos.

 

As intenções de contratação a nível mundial melhoram de um trimestre para o outro, mas o ritmo de contratação diminui em termos homólogos

A Projeção para a Criação Líquida de Emprego a nível global é de +25%, registando um crescimento de 3 pontos percentuais quando comparada com o trimestre passado, mas uma diminuição de 5 pontos percentuais face ao mesmo período do ano anterior. Todos os 41 países e territórios inquiridos apresentam perspetivas de contratação positivas.

O estudo trimestral do ManpowerGroup entrevistou mais de 40.340 empregadores, em 42 países e territórios. O próximo estudo será divulgado em dezembro de 2024 e divulgará as expectativas de contratação para o primeiro trimestre de 2025.

[1] A Projeção para a Criação Líquida de Emprego resulta da diferença entre a percentagem de empregadores que planeia aumentar a sua força de trabalho e a percentagem de empregadores que planeia reduzi-la.

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