O Futuro dos Trabalhadores, pelos Trabalhadores

Flexibilidade, modelos híbridos e mais confiança: a visão dos trabalhadores para o Futuro do Trabalho

A maioria dos trabalhadores acredita que a Covid-19 marca o início do fim do trabalho a tempo inteiro no escritório. De acordo com o inquérito do ManpowerGroup “O Futuro dos Trabalhadores, pelos trabalhadores”, o segundo integrado na série “What Workers Want”, sobre as preferências dos colaboradores, depois das preocupações com a saúde e a manutenção do seu posto de trabalho, os trabalhadores mostram-se principalmente inquietos com a possibilidade de perderem a flexibilidade conquistada nos últimos meses. A pesquisa indica ainda que os empregadores terão de reinventar o futuro do trabalho, adotando políticas que vão ao encontro das necessidades da organização e dos colaboradores, e uma abordagem que coloque também a saúde, o bem-estar e as responsabilidades familiares como prioridades.

O inquérito conduzido a mais de 8.000 trabalhadores, em oito países, revela que 43% dos participantes consideram que o horário de trabalho convencional está ultrapassado e que a maioria quer mais equilíbrio entre emprego e vida pessoal. A pesquisa identifica assim três grandes prioridades dos colaboradores no “novo normal”:

- A autonomia, através do recurso a um modelo híbrido que contemple a possibilidade de trabalhar remotamente dois ou três dias por semana;

- Mais oportunidades para aprender e desenvolver competências, de forma a garantir a empregabilidade ao longo da vida profissional;

- A designada One Life, que visa conjugar trabalho e vida familiar a longo prazo.

“Estamos a assistir a uma transformação profunda no mundo do trabalho. A nível global, os dados mostram que os trabalhadores, além de estarem preocupados com a sua saúde, neste regresso gradual aos locais de trabalho, ambicionam também um futuro com mais flexibilidade laboral, que lhes permita conciliar melhor vida profissional e familiar. A evolução que já observávamos nas preferências e ambições dos trabalhadores está agora a desenrolar-se a um ritmo muito mais acelerado, e esta é uma extraordinária oportunidade para as empresas redefinirem as suas estratégias de Talento e construírem de raiz um modelo melhor para todos. Flexibilidade, confiança e transparência, colaboração e desenvolvimento dos colaboradores são prioridades, já hoje e para o futuro.”, avalia Rui Teixeira, Chief Operations Officer do ManpowerGroup Portugal.

Num cenário dominado pela incerteza, manter o emprego é a prioridade para os trabalhadores, a nível global. A maioria, 94%, revela apreensão com o regresso ao local de trabalho, mas a forma como este é encarado difere segundo a geração e o género.

A Geração Z é a que mais deseja voltar para desenvolver as suas carreiras e socializar (51%), enquanto os millennials são os menos positivos (38%). A Geração X valoriza o trabalho presencial para se concentrar, longe das responsabilidades domésticas, e os boomers apontam a socialização e a colaboração com os colegas (34%) como o principal motivo para retornar.

A análise por género indica que quase metade dos homens (46%) sente-se positivo em relação ao regresso, mas o número desce para um terço no caso das mulheres (35%). Homens e mulheres identificam a ausência de deslocações e a maior flexibilidade de horários para trabalhar como os maiores benefícios de trabalhar em casa.

Quanto aos pais que trabalham, os homens com filhos apontam a possibilidade de passar mais tempo com a família como a grande vantagem do teletrabalho. Já as mulheres encaram o retorno ao local de trabalho com mais apreensão, sendo que esta preocupação aumenta quanto menor for a idade dos filhos: 61% no caso das mães com crianças entre os 0 e os 5 anos; 53% para crianças de 6 a 17 anos e 50% para maiores de 18 anos.

O ManpowerGroup promoveu este inquérito com o objetivo de conhecer a posição dos trabalhadores em relação ao trabalho. O estudo realizado pela Reputation Leaders contou com entrevistas a mais de 8.000 trabalhadores (incluindo trabalhadores dispensados) com 18 anos ou mais, divididos equitativamente por idade, género e região em oito países: França, Alemanha, Itália, México, Singapura, Espanha, Reino Unido e EUA.

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